Pátria Gaúcha: Surge um Etno-Estado Gaúcho

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O ser gaúcho é essencialmente um mestiço de ibéricos, indigenas (guaranis, charruas/minuanos, kaigangs), e negros, posteriormente incluindo Chacoanos e Patagônios pelo pampa argentino. Os primeiros gaúchos eram os changueadores ou coureadores (carregador, individuo que se incube de carretos), eram nômades indômitos que habitavam a região do pampa e levavam ou contrabandeavam gado entre os domínios de Portugal e Espanha, mais ou menos onde hoje é a divisa imaginaria entre o Uruguai e o Rio grande do sul, na atual lagoa Mirim, onde deram seus primeiros gestos de existência.

Com o passar do tempo esses changueadores ou coureadores aprenderam diversos ofícios com os índios e crioulos (brancos Ibéricos nascidos nas Américas) donos de vastas estâncias, e dessa aprendizagem se desenvolveram tanto que um  passou a ensinar ao outro, já que era comum viverem em extensas caravanas. Aos poucos, abandonando o estilo de vida nômade e se estabelecendo em estâncias seja como pões trabalhadores ou próprias deles, sossegarem e formarem suas famílias, esse grupo então passou a designar um tipo de povo entre tantos que se estabelecerem nessa região além dos dos índios. forjando uma identidade cuja unidade se dá através da lida campeira, o oficio como mencionado acima, de cuidar e trabalhar a terra e do gado.


Sempre importante destacar que o sangue platino-castelhano não é o único a formar o povo oriental-riograndense. Além da origem espanhola e açoriana portuguesa de sangue os colonos italianos, alemães e eslavos que aqui chegaram, assimilaram os costumes dos gaúchos contribuindo com características de seus próprios hábitos. Sendo assim, o gaúcho vai além de ser apenas platino. Os colônos que exercem os valores existenciais do gaúcho são, simultaneamente, gaúchos. Podemos não ser um grupo etno-cultural homogêneo em específico, mas esse agrupamento de povos que se estabeleceram nas áreas adjacentes do Prata é o que nos faz ser um povo heterogêneo completo, uma vez que o ethos da cultura gaúcha é difundido em todo o território pampeano e partes do Sul, existindo um sentimento de pertencimento pátrio.

E nisso a guerra dos farrapos e a revolução farroupilha ajudou a forjar no espírito dos rio-grandenses. Fortaleceu o nosso sentimento de povo, nossa vontade de termos nossa própria pátria nessas terras onde nascemos, e assim não dependermos de nenhum outro a nossa subsistência, de fazermos valer nosso direitos enquanto povo. Além claro, de elevar a figura do gaúcho a de um herói de guerra, como um ser nobre convicto em seus ideais pela liberdade e não mais como um andarilho fora da lei. E é nesse período que os costumes gaúchos é oficializado nesse lado do pampa pelos nativos da província já divida.

Nós rio-grandenses nunca nos deparamos com fronteiras entre os três pampas, e sempre cavalgamos livremente campo à fora, nos reconhecendo em todas as querências argentinas, orientais e sulistas. A chegada dos colônos europeus no fim do século XIX à metade do século XX nada mudou esse elo de irmandade entre as três pátrias, ao contrario, apenas fortaleceu a nossa multiplicidade integrando gaúchos e colônos forjando uma unidade riquíssima, que nos faz ser um povo distinto dos demais de nosso continente e donos dessas terras austrais.


Argentinos, Orientais e Sulistas preservam muitas semelhanças, tanto geográficas quanto culturais. O ser gaúcho é presente nesta Pampa dentro destes 3 países. Gaúchos Rio-Grandenses têm maior e mais afinidade com estes dois países do que com o Brazil, país tropical. Mantenham em mente esta união, esta semelhança, este Pampa sem Fronteiras cuja unidade não é só pelo elo cultural, linguístico, religiosidade, por identificação, mas também pelo sangue.


Um nacionalismo austral se faz necessário, sem dúvidas. Mas há que ir além do nacionalismo, ultrapassá-lo, para afirmar um princípio superior que reforce nossa união, sob um mesmo caminho civilizatório. Assim, afirmo a necessidade vital de unir nossa Pátria Oriental-Riograndense com todas as nações austrais da região do Cone-Sul quer seja a Argentina; o Paraguai; Mato Grosso do Sul; Santa Catarina; Paraná; e o Chile. Até que seja concretizada a restituição da Liga Federal, uma união confederada entre as províncias do Sul conforme idealizada pelo caudilho libertador Jose Artigas. Sendo o marco do surgimento de uma grande pátria a qual respeitará a multiplicidade de todas as províncias autônomas, enquanto países pertencentes da grande pátria austral/platina.







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