Lírios Brancos Para as Tumbas dos Heróis
Por Miguel Serrano - Em “Nem por mar nem por terra – A busca em uma geração”. Desde há anos, todos os dias 5 de setembro se efetua no cemitério de nossa cidade uma homenagem aos rapazes que foram massacrados na torre do Seguro Obrero. Também eram de nossa geração. Seus antigos camaradas lhes recordam nessa data. Faz alguns anos que fomos com um amigo neste dia ao cemitério. Na entrada deram-nos alguns lírios brancos. Caminhamos pelos tranquilos caminhos. O ruído de nossos passos se perdia por entre os mausoléus e os verdes prados. Os lírios pareciam tochas de chamas brancas. Neste dia visitamos muitas tumbas. Recorda-o, amigo, Juan Dérpich? Fomos até seu camarada, Jaime Rayo, e ali deixamos um lírio. Estava muito alto, em uma tumba solitária. E depositamos também outro, junto ao rosto de pedra de Barreto. Depois, chegamos até o campo aberto, onde estão as tumbas pobres e aonde repousam os mortos do 5 de setembro de 1938. Ali, em frente ao monólito recordativo, estava Jorge González...