Reconstrucionismo do Politeísmo Celta
Texto escrito por: Erynn Rowan Laurie, Aedh Rua O'Morrighu, John Machate, Kathryn Price Theatana, Kym Lambert ní Dhoireann, ed. por Erynn Rowan Laurie. Tradução de Lornnah Carmel.
Postado por Darona Ní Brighid
História
A idéia das religiões reconstrucionistas pagãs surgiram pelo
menos em meados dos anos 70 e foram discutidas na edição de 1979 do livro de
Margot Adler Drawing Down the Moon. Algumas organizações, como a ADF tem
realizado um trabalho reconstrucionista há alguns anos, mas seu foco nunca foi
pura ou particularmente Celta.
Muitas pessoas tem debatido sobre o que constituiria uma
espiritualidade e uma religião genuinamente Celta, e como educar as pessoas
sobre a diferença entre Wicca e as diversas formas de paganismo Celta.Essas
discussões inicialmente aconteciam em publicações pagãs e ao redor do fogo nos
encontros pagãos iniciados no começo dos anos 80. Com o avanço da internet, os
diálogos online, fóruns e listas de discussão tornaram-se fator critico que
encabeçavam uma rápida distribuição de informação depois de 1989. A expressão
RECONSTRUCIONISMO CELTA (RC) começou a ganhar uso comum durante o ano de 1992
-93 para descrever indivíduos que estavam tentando entender, pesquisar e
recriar um caminho Celta autêntico para pagãos modernos.
Com a fundação do Nemeton-L e-mail list para pagãos célticos
e druidas em 1994, o movimento começou a crescer, unindo indivíduos de todas as
partes do mundo. Cada pessoa trazia sua visão particular para esse e outros
fóruns que subsequentemente se formaram. Grupos locais começaram a se formar e
assim organizações nacionais começaram a ser fundadas sobre esses
princípios.Artigos foram escritos e arquivados e informações foram livremente
compartilhadas.
A maioria dos fundadores do CR vieram de uma bagagem Wicca,
com influencia da ADF, do Keltria e de outros grupos similares.Juntos e
separados, eles buscavam textos, estudos dos idiomas Celtas,faziam meditações e
trabalhos de jornada espiritual, escreviam poesias e artigos e trabalhavam
juntos para juntar material suficiente para criar uma base de sustentação para
uma tradição Celta moderna que respeitasse as fontes ancestrais ao mesmo tempo
que rejeitasse componentes das ancestrais religiões célticas que são
inapropriadas aos praticantes modernos, tais como sacrifício humano e outros
fortes elementos patriarcais dessas antigas sociedades.
Devido a natureza limitada das fontes materiais a respeito
do paganismo tribal celta, essas pessoas também consideraram inspirações de
outras culturas no intuito de preencher as lacunas para construir rituais e
comunidades. Fontes nórdicas, hinduístas e praticas puja , tradições extáticas
como Voudon e Umbanda e religiões tribais animistas foram examinadas na
intenção de oferecerem semelhanças com o que encontramos nas fontes primarias e
secundarias sobre a religião Celta.O trabalho de Sean Ó Tuathail foi
fundamental para muitas pessoas nesse movimento construtor, na rejeição do
modelo dos 4 elementos e propondo a cosmologia dos Três Reinos que consistem
numa tríade de Terra, Mar e Céu.Sua frase, An Thríbhís Mhòr (o grande espiral
triplo) tornou-se de uso comum para se referir aos três reinos.
Nesse artigo (Julho 2003) existem grupos ativos e indivíduos
na net, e também um monte de fóruns de discussão ainda que alguns deles sejam
bem pequenos. A Nemeton-L list continua sendo a maior fonte das comunidades
Reconstrucionistas Celtas. O Imbas website tem um importante arquivo de
informações sobre Reconstrucionismo Celta e outras tradições similares.
O movimento Reconstrucionista Celta não pretende ou
reivindica ser o Verdadeiro e Autentico Sobrevivente de nenhuma tradição
céltica. Nós reconhecemos abertamente que o que nós praticamos são um punhado
de criações modernas, baseadas e inspiradas nas crenças ancestrais célticas.
Nós seguimos nossa inspiração enquanto permanecemos tão verdadeiros o quanto
nos for possível as referencias que encontramos nos textos antigos, no trabalho
dos estudiosos e arqueólogos, e os aspectos práticos do que funciona bem para
nós. O Reconstrucionismo Celta é um caminho de constante crescimento e
evolução, pesquisa e aprendizado, misticismo e experiência extática e intensa
vida espiritual.
Principais Crenças
Nosso caminho é politeísta e animista. Nós acreditamos que
existem vários deuses e que eles são entidades separadas e independentes
merecedoras de culto. Nós acreditamos que os ancestrais e espíritos da
terra/natureza também são entidades individuais merecedoras de reconhecimento e
reverência. Essas entidades existem num grupo coeso e não isolado dividido por
categorias. A maioria dos Reconstrucionistas Celtas acreditam que as deidades e
espíritos agem nesse mundo e em suas vidas pessoais, influenciando-os e
respondendo as preces, oferendas e sacrifícios. Nós acreditamos que o mundo é
volvido de espíritos. Alguns acreditam que apenas os animais e árvores tem
almas, mas também montanhas, rios, poços sagrados e outros fenômenos naturais
também. Alguns acreditam que objetos criados podem ser imbuídos de espírito.
Indivíduos e grupos freqüentemente seguem uma ou mais deidades que eles
considerem especial ou tutelar, ou particularmente ligados a sua região ou foco
de atividades. Muitos indivíduos se dedicam a uma ou mais deidades
patrono/matrona.
As deidades celtas são o principal foco de nosso culto.
Quando um reconstrucionista celta trabalha com deidades de outras culturas, ele
o faz separadamente e de forma considerada culturalmente propicia aquelas
deidades. Praticantes de reconstrucionismo celta raramente misturam ou escolhem
espíritos ou divindades de diferentes culturas - até mesmo de diferentes
culturas celtas - em um mesmo ritual. Se isso acontecer, será sempre com
respeito a cada cultura e deidade envolvidas. Todas as deidades são
respeitadas, mas nem todas são cultuadas. Certos na crença de que cada deidade
tem desejos e personalidades individuais, Reconstrucionistas Celtas
preocupam-se em invocar e trabalhar com deidades que tenham afinidade umas com
as outras e ao mesmo tempo seguindo o conhecimento. Reconstrucionistas Celtas
sentem se por um lado o culto é apropriado, humilhar-se perante a deidade não
é. Nossas deidades exigem responsabilidade pessoal e que nós agimos com uma
postura de força e respeito próprio.
Muitos Reconstrucionistas Celtas vêem o Cosmos da maneira
dos Três Reinos, da Terra, do Mar e do Céu. Outros consideram um Submundo, um
Meio-Mundo e um Mundo Superior em seu entendimento de cosmologia. Ainda há
outros que considerem uma idéia de Outro Mundo ou Outros Mundos que coexistam
com esse aqui. Todos esses Outros Mundos são considerados reais e acessíveis a
aqueles com habilidades especiais. Em todas essas abordagens, o fogo exerce um
diferente papel que nos principais neo-paganismos e Wicca. O fogo,
particularmente o fogo que vem da água, pode ser visto como símbolo do Imbas ou
Awen- a divina inspiração. Alguns vêem isso como o pivô central sobre o qual o
Cosmos gira - um equivalente espiritual a árvore do mundo.
A árvore da vida é entendida como o centro do Cosmos, sob a
qual os vários mundos são suspensos ou da qual crescem. Essa árvore pode ser
fisicamente representada tanto como uma arvore real quanto por um poste que
pode ser o poste central ou pilar de sustentação de uma área ritual ou da casa
de alguém.
Deuses e espíritos são percebidos como semelhantes aos seres
humanos e assim eles tem mal humor, desejos e vontades, e do ponto de vista de
que eles não são necessariamente amorosos e bondosos o tempo inteiro. Que
existem perigos nos espíritos do mundo é completamente reconhecido e aceitável.
Oferendas são algumas vezes dadas como apaziguadoras assim como presentes para
esses seres.
Quando os elementos são discutidos ou usados em nossos
rituais (e nem todos os Reconstrucionistas Celtas o fazem), o número varia de
sete a onze, baseado no conceito de diferentes aspectos do mundo físico como
“elementos”. Fenômenos físicos como chuva, sol, nuvens, plantas, pedras, solo,
mar, vento e outros, são elementos e por vezes são equiparados com partes do
corpo ou conceitos filosóficos importantes no conhecimento como consta em
algumas fontes primárias de material. O sol por vezes, é igualado ao rosto,
estrelas aos olhos, nuvens a mente ou pensamentos e plantas com os cabelos. É
comum dizer que os reconstrucionistas não acham tabelas de correspondências
algo que tenha muito utilidade, uma vez que o universo é um orgânico e não fica
bem dentro de caixas e divisórias...
No ramo irlandês e no escocês de Reconstrucionismo Celta, o
corpo é visto como contingente de uma estrutura energética interna em forma de
três caldeirões que provêm e processam energia e inspiração vinda das deidades.
O estado dos caldeirões em um corpo reflete em seu estado de saúde física e
emocional. Trabalhos de cura e meditação são freqüentemente realizados com
esses três caldeirões.
Homens e mulheres são iguais em poder e capacidade na
liderança de grupos reconstrucionistas. Ambos ocuparão cargos de pesquisadores,
estudiosos, clérigos, guerreiros, artesãos, lideres tribais entre outros. E
dada igual reverência aos Deuses e Deusas. O reconstrucionismo celta esta
repleto da participação de minorias sexuais, muitos de seus fundadores e
pensadores são gays, lésbicas, bissexuais ou transformistas. O feminismo é
visto por muitos como componente vital de suas filosofias, práticas e trabalho
pessoal.
Ainda que muitas pessoas de ancestralidade celta sejam
adeptas do movimento, ser descendente dos Celtas não é obrigatório. Nós
respeitamos todos os nossos ancestrais e mestres, sendo eles Celtas ou não.
Muitos de nós possuem pouca ou nenhuma ancestralidade Celta, mas todos nós aceitamos
o ancestral povo Celta como ancestrais espirituais em nossa busca pessoal. Já
que sabemos que toda a humanidade se originou na África, acreditamos que somos
todos de uma grande família humana, com um só sangue. Celtas reconstrucionistas
são todos fortemente contra o anti-racismo e abertos a pessoas de todas as
cores, raças e etnias que desejem seguir as Divindades Celtas no estilo
reconstrucionista.
Nosso trabalho na reconstrução de uma religião céltica
autêntica foi influenciado pelas práticas indígenas de outras culturas como
Vudu, animismo tribal e Hinduísmo. Contudo, não incorporamos aleatoriamente
partes dessas tradições, nem clamamos representá-las, elas tem suas próprias
estruturas religiosas e comunidades. Nós fazemos o que podemos com o
conhecimento Celta, onde existem lacunas vazias, e então nós buscamos as
tradições sobreviventes com práticas similares para termos a melhor idéia de
como preencher os espaços vazios mantendo o espírito celta. O conhecimento de
outras culturas também serve como um maravilhoso feedback para examinarmos e
validarmos o conhecimento que vem de nossa inspiração individual.
Devido ao nosso elo com espíritos da natureza e ao fato de
que a Terra onde vivemos é sagrada, muitos celtas reconstrucionistas consideram
o envolvimento com o meio ambiente e o ativismo uma parte fundamental de suas
práticas. Muitos se empenham em conhecer a ecologia local, considerando de vital
importância conhecer plantas, pássaros e animais como uma maneira de se
conectar com o território em que vivem e espíritos na natureza. Metáfora
natural é uma coisa comum na linguagem dos filósofos, ritualistas e pensadores
reconstrucionistas e nós absorvemos isso da longa tradição de poesia natural e
misticismo das Terras Celtas. Ativismo ecológico e ecofeminismo também fazem
parte das práticas individuais do movimento reconstrucionista.
Pesquisa, misticismo e experiência extática e inspiração
pessoal são todos valiosos no Reconstrucionismo Celta. Todos são necessários,
ainda que alguns indivíduos e grupos definam um ao outro como prioridade.
Habilidade pesquisadora e conhecimento teórico são profundamente respeitados no
movimento. Entendimento e apreciação histórica também são importantes.
Conhecimento das línguas celtas não é necessário, mas um vocabulário prático de
termos técnicos é valorizado e respeitado no movimento. Alguns conduzem os
rituais parciais ou inteiramente em língua celta quando possível. Inspiração
individual e os frutos dessa meditação, êxtase e trabalhos misticamente
orientados também são trabalhos altamente valorizados. Todos são debatidos,
compartilhados e examinados para que sejam incluídos as praticas individuais ou
grupais.
Estrutura clerical
Onde existem cleros no Reconstrucionismo Celta - e em muitos
ramos não existe nenhuma espécie de clero ou estrutura que o valha - ele é
freqüentemente formado por professores ou compositores ou líderes de um grupo
ritual. Os clérigos podem ser curandeiros ou árbitros em disputas, dependendo
da comunidade que participam. Eles freqüentemente são adivinhos, filósofos e
teólogos do movimento, ainda que nenhuma dessas atividades seja exclusiva aos
membros do clero. Reconstrucionismo Celta descreve-os como Draoi ou Filidh, ou
outros termos em idioma celta.
O Reconstrucionismo Celta não é uma religião clerical como a
Wicca e como druidismo em geral, tende a ter Guerreiros, fazendeiros,
escritores, artesãos e muitos outros podem seguir um caminho doméstico ou
praticar com um grupo que possua clero. Artesãos, escritores e outros podem se
identificar como Aes Dána ou "pessoa da arte". Indivíduos podem
consultar alguém que considerem clérigos por conjectura pessoal ao invés de
pertencer a um grupo. Todos são bem vindos tenham preferência por seguir um
clero ou não.
Organização de grupos
Cada grupo se organiza de maneira diferente um do outro. Não
existe sequer uma estrutura universal seguida por todos, ou uma maioria de
praticantes de Reconstrucionismo Celta. Alguns se identificam como Bosques
outros como Tribo ou Tuatha outros preferem ser famílias enquanto outros
preferem se organizar em colégios druídicos, hedge schools, ordens Bridianas
etc. Não existem regras governando a criação ou a prática de grupos a não ser
os princípios gerais e éticos da própria tradição em si.
Princípios de conduta
Os praticantes de reconstrucionismo celta acreditam que há
limites para o que se pode e deve fazer num senso ético e social, baseado em
conceitos tirados das Brehon Laws da Irlanda e outras fontes tradicionais, tais
como as Instruções de Morann mac Main ou as Tríades Irlandesas e Galesas.
Alguns reconstrucionistas celtas submetem-se a uma série de virtudes seguidas
por muitos tais como Verdade, Honra, Justiça, Lealdade, Coragem, Comunidade,
Hospitalidade, Força e Gentileza.
Guerreiros são honrados, mas a violência não é a primeira
nem a melhor solução para resolver nenhum problema. As pessoas dentro do
movimento podem ser veteranos ou pacifistas, por vezes são ambos. O posto do
guerreiro é visto como de legítimo protetor da tribo, não como alguém que
acerta o primeiro que lhe der na telha...
Reconstrucionistas Celtas rejeitam veementemente racismo,
sexismo, homofobia e qualquer outra forma de discriminação que divida as
pessoas em grupos rivais.
Dias Sagrados
Reconstrucionistas
Celtas seguem os 4 festivais principais dos Antigos Povos Celtas, são eles:
Oíche Shamhna/Samhain
Lá Fhaile
Bríde/Oímealg
Lá Bealtaine/Bealtaine
Lá Fhaile
Lœnasa/Lughnasadh
Grupos e praticantes isolados podem talvez pronunciar ou
nomear esses festivais de diferentes maneiras, na linguagem da cultura que
estejam almejando reconstruir. Os nomes podem ser em galês, córnico, gaulês ou
outros idiomas. Reconstrucionistas gauleses geralmente celebram os festivais de
acordo com o calendário de Coligny. De maneira geral, as estações são marcadas
por mudanças do clima e da paisagem local e não da estrita observação de datas
no calendário. Reconstrucionistas por todo globo consideram a observação dessas
mudanças mais útil que qualquer vínculo ao calendário.
Somam-se a esses 4 festivais, grupos e indivíduos podem
acrescentar festivais ou devoções a deidades individuais ou de acordo com o
clima local, um fenômeno natural local que tenha significado para eles. No
Pacifico noroeste, reconstrucionistas celtas celebram um festival anual na
época dos salmões. Outros talvez celebrem um festival para Épona no começo de
dezembro ou em Man eles paguem tributos a Manannan por volta do solstício de verão.
Modos de culto
O culto varia enormemente no movimento reconstrucionista. As
semelhanças se encontram mais na concordância filosófica que na consistência
dos padrões rituais entre os grupos.
Reconstrucionistas Celtas não traçam círculos, ao contrário
de muitas outras tradições neo-pagãs. Sentimos, no movimento, que o mundo
inteiro é sagrado, e assim não temos que delinear o que é ou não sagrado (há
controvérsias, existem grupos de RC que traçam círculos para demarcar a área
ritual, mas ao invés de chamarem os 4 elementos como o fazem as vertentes
neopagãs, é feito uma meditação com os Três Reinos, os 4 ventos ou as 4 cidades
míticas irlandesas; na verdade, depende de que ramo ou região celta – Irlanda,
Escócia, Bretanha etc – o grupo se afina). Alguns reconhecem 4 ou 12 ventos,
marcando divisões no mundo em quadrantes ou províncias. A maioria dos
reconstrucionistas montam altares, lareiras ou santuários em suas casas, alguns
dedicados a deidades individuais, outros a espíritos ou ancestrais, alguns montam
altares para propósitos mágicos específicos como cura ou inspiração. Muitos
altares não tem a forma padrão neo-pagã (mesas) ou templo com objetos, mas sim
podem ser a raiz de uma árvore, um monte de pedras, uma fonte...
Divindades são chamadas para nosso culto como convidados e
como foco de nossa devoção. Espíritos e ancestrais também são convidados. A
maioria dos rituais envolvem oferendas de comida, bebida, incenso e outras
coisas. As vezes são feitos pedidos as Deidades, espíritos ou ancestrais ainda
que essa não seja a razão principal do ritual. Se pedidos são feitos, oferendas
são sempre levadas. Divinação é freqüentemente feita após a entrega de uma
oferenda para verificar se ela é aceitável.
Aqueles que cultuam Brid podem organizar células de 19
pessoas, alguns grupos só admitem mulheres, para manter a chama sagrada. Essas
células normalmente consistem de 19 pessoas que por todo mundo mantém a chama
por vinte dias, quando as 19 pessoas se revezam, e acredita-se que Brid em
pessoa mantém a chama no vigésimo dia. A maioria dos grupos requer ritual
específico, mas pedem que cada pessoa dedique seu trabalho nesse dia à Brid.
Seguidores de outras deidades podem fazer meditações similares ou trabalhos de
vigília, seja em grupo ou sozinho.
Alguns reconstrucionistas celtas estão trabalhando em
formatos em prol de rituais domésticos (estilo sweat-house), como sabemos que
foram parte da tradição celta insular de práticas de cura, e podem ter sido
usadas como purificação e com propósitos divinatórios. Incubação de sonhos e
prática para acessar inspiração, chamados de Imbas em irlandês ou Awen em galês
também tem sido explorados. Meditações estilo Mala ou Rosário também tem tomado
lugar no movimento, inspirados pelo livro "A Circle of Stones" de Erynn
Rowan Laurie. Muitas pessoas tem tomado essa idéias base e criado suas próprias
meditações.
Muitos reconstrucionistas celtas consideram cada ação diária
como uma forma de ritual. Alguns tiram inspiração do Carmina Gadelica e criam
músicas e orações para cada etapa do dia. Outros fazem oferendas quando estão
colhendo ou lidando com ervas. Alguns rituais são vistos com igual ou maior
importância que os 4 festivais principais. Isso varia de dia para dia e de
propósito para propósito. Normalmente reescrevemos nossas preces e feitiços de
fontes medievais. Muitos trechos de manuscritos cristãos parecem ser de edições
anteriores de forte espírito pagão e reeditá-los e dedicá-los a deidades pagãs
parece correto e natural. Não acreditamos que um ritual deva ser formal para
ter efeito ou ser útil, e tais ações diárias estão alinhadas com a cultura baseada
num estilo de vida tribal.
Alguns reconstrucionistas rurais que criam animais para
alimentação fazem oferenda aos animais e oferecem o espírito desses animais aos
deuses num ritual de sacrifício. Sacrifícios dessa espécie são feitos apenas
quando o animal seria de qualquer maneira morto para alimentação. Outros
sacrifícios incluem quebrar objetos rituais e oferecê-los em fogueiras ou
fontes de águas naturais como presente para as deidades ou espíritos, ou fazer
figuras de ervas sagradas para sacrifícios de outros tipos.
A magia é parte da prática reconstrucionista.
Reconstrucionistas não trabalham nos formatos platônico, hermético ou de magia
cerimonial, nem quando se trata do modo como eles entendem o Cosmos e os
espíritos do mundo. Ogam é um veículo comum de adivinhação, como a análise de
penas de um pássaro ou o observar das nuvens. O sonho e o estado de visões são
uma importante fonte de inspiração e divinação. A poesia e a música são
freqüentemente vistos como componentes fundamentais da magia reconstrucionista.
Feitiços elaborados a partir dos feitiços encontrados no folclore celta
tradicional são constantemente usados, com poemas cantados sobre eles para
aumentar seu poder. Reverência aos Deuses e ajuda dos espíritos sempre fazem
parte da magia reconstrucionista também.
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