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O Regime de Ocupação Brasileiro

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Muita gente, quando se fala na história da Pampa pré-colonial, repete o dito oficial de que "estas terras tinham fronteiras indefinidas antes de pertencerem ao Brasil". Esse é o argumento do invasor. Mas a questão é: "indefinidas" para quem? Talvez as fronteiras fossem indefinidas entre Portugal e Espanha, mas nestas terras já havia índios e, depois, um Povo Gaúcho com uma cultura e uma forma de vida bem definidos, espalhados por o que hoje é Uruguai, Argentina e Rio Grande do Sul. O Brasil invadiu a Pampa, cometendo todo tipo de massacre. Os brasileiros exterminaram os índios nas Missões Jesuíticas, que resistiram até o final, quando o 1º herói da história gaúcha riograndense, cacique guarani Sepé Tiarajú, gritou "Co yvy oguereco yara!" (Esta terra tem dono!). Mais tarde, o império luso-brasileiro estendeu-se até o Uruguai, derrotando José Gervásio Artigas (com seu exército de resistência formado por gaúchos, índios charruas e guaranis refugia

Miguel Serrano - Trecho de NOS o livro da ressurreição

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Trecho traduzido por Christa Savitri "Um Ovo, que era todo o mundo não-criado, com paredes transparentes, que deixavam-se mostrar até um não-exterior. E ali era a residência de Ellella. Na respiração do Grande Ovo, de vez em quando, como algo que sucedia antes dos segundos e das horas, apareceu a cor verde, o que tinha sido uma estrela, ou um raio, mas que fora sempre o Grande Ovo, imóvel, cosmogônico. Se virtualizou uma música, um som; melhor dito, a semente de uma música, seu insinuado tremor. E esse ser que ali estava completo, eterno, como que dentro do Grande Ovo, desprendeu um vapor verde, e, nessa música apenas, o vapor verde se condensou e Ella se opôs a El, como no jogo de um respirar, ou na simulação de uma dança. Mas todavia, não era. Com pressa a reincorporou, respirando a si mesmo, sendo outra vez Ellella.  Mas, o sucesso  já se tinha tentado, o Tempo estava pressentido. A casualidade se transformou em destino dentro do Grande Ovo. A respiração passou a fa

O Mito Gaúcho

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A construção do mito do gaúcho realizou-se, ao longo do tempo por poetas, romancistas e contistas voltados para o passado, armando, como já vimos, estruturas de arquétipos universais do herói civilizador, como coragem, hospitalidade, honestidade, amor à terra, bondade e inteligência. Os tradicionalistas elaboraram uma nova memória do gaúcho, e cristalizaram um tempo idealizado utilizando termos arcaicos, elementos da vida pastoril, fatos folclóricos e referências das Guerras de Independência da América, conflitos internos da Argentina e da Província Oriental e da Revolução Farroupilha.  Essa memória gauchesca e platina reconstruída é atemporal e normativa, formando uma identidade mítica e se confundindo com as demais culturas existentes na formação das Repúblicas Rio-platenses.   "O gaúcho argentino, isto é, o homem argentino tal como emerge do seno do mito, é o alicerce da nossa vida nacional; na sua rocha viva assentou-se a comunidade política Argentina. Quando a pro

A Pátria Primitiva do Proto-Indo-Europeu

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Afinal quem são os Proto-indo-europeus, os falantes da língua proto-indo-europeia; um povo pré-histórico da Idade do Cobre e do início da Idade do Bronze. O que se sabe sobre estes povos deve-se principalmente à reconstrução linguística, a par de evidências materiais arqueológicas e arqueo genéticas. Mesmo existindo ainda muitas incertezas e especulações sobre a origem das tribos Proto-indo-europeias, parece que agora arqueólogos chegaram num consenso que postulam uma terra natal original de vasta extensão e de imensa profundidade temporal, e dentro desse território ocupando áreas geográficas pequenas num horizonte temporal limitado, fundando suas comunidades muito próximas, em pequenas tribos. E essa terra é a atual Rússia.  A afinidade existente entre as diversas línguas indo-européias suscita o problema da língua comum que se encontra na origem dessas diferentes formas linguísticas,antes de sua diversificação e dispersão.  A existência de uma língua comum primitiva levan

Pátria Gaúcha: Surge um Etno-Estado Gaúcho

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O ser gaúcho é essencialmente um mestiço de ibéricos, indigenas (guaranis, charruas/minuanos, kaigangs), e negros, posteriormente incluindo Chacoanos e Patagônios pelo pampa argentino. Os primeiros gaúchos eram os changueadores ou coureadores (carregador, individuo que se incube de carretos), eram nômades indômitos que habitavam a região do pampa e levavam ou contrabandeavam gado entre os domínios de Portugal e Espanha, mais ou menos onde hoje é a divisa imaginaria entre o Uruguai e o Rio grande do sul, na atual lagoa Mirim, onde deram seus primeiros gestos de existência. Com o passar do tempo esses changueadores ou coureadores aprenderam diversos ofícios com os índios e crioulos (brancos Ibéricos nascidos nas Américas) donos de vastas estâncias, e dessa aprendizagem se desenvolveram tanto que um  passou a ensinar ao outro, já que era comum viverem em extensas caravanas. Aos poucos, abandonando o estilo de vida nômade e se estabelecendo em estâncias seja como pões trabalhadores ou pró

República Artiguista Rio-Grandense: Declaração Histórica de Autodeterminação

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São os gauchos e os gaúchos portunhóis do pampa que é a nossa marca sob o mesmo sol. Nada mais nos diferencia, nem mesmo o sotaque, que já se confunde com um dialeto acrioulado e reforça o sentimento de união e irmandade enquanto um só povo. O Rio Grande do Sul, País inserido no "Garrão" da América Ibérica (América do Sul), possui características diferentes em relação ao restante do Brasil. O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, na cidade de Tordesilhas entre Portugal e Espanha, sob a grande influência do papado da época, considera parte de Santa Catarina e todo o Rio Grande do Sul como territórios espanhóis. Ao contrário dos jesuítas nas missões guaranis, os bandeirantes escravizaram os indígenas da região. Primeiro, começando pela dizimação dos chefes e anciãos indígenas, e depois levando as crianças e mulheres por serem os mais frágeis. Não foram apenas os espanhóis, mas principalmente os portugueses, os responsáveis ​​por dizimar grande parte da populaç

Os Dois Congressos De Independência

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Por Gustavo Battistoni Tradução: Guilherme Fernandes Não há como entender a história de Argentina e da Banda Oriental (Uruguai e Rio Grande do Sul) sem Artigas e sua luta por independência e verdadeira liberdade. O dia 9 de Julho de 1816 permaneceu na história nacional como a única declaração oficial de nossa independência da Espanha e de qualquer potência estrangeira. Este fato importante e notável, entretanto, omite o que aconteceu em 29 de Junho de 1815, no Arroyo do Oriente, hoje concepção do Uruguai e Rio Grande do Sul, onde as províncias do Litoral, lideradas por seu Protetor, José Gervasio Artigas, haviam declarado, um ano antes do Congresso de Tucumán, nossa emancipação do jugo estrangeiro. Explicamos as razões da ocultação desse fato importante em outros artigos e nos referimos a elas para não nos estendermos muito neste breve texto. Como não há documento escrito sobre o que aconteceu naquele 29 de Junho, a história das classes dirigentes, iniciada por Bartolomé Mitre e Vicent

Os Farroupilhas e os Farrapos

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Por Jéferson Pimentel O Brazil só nos ensina um lado o do levante! Muitas pessoas acham que Farroupilhas e Farrapos são sinônimos, criados ao acaso ou por lados opostos da revolta.  A verdade é que existem muitas diferenças entre Farroupilhas e Farrapos, em suma são dois eventos completamente diferentes. Os Farroupilhas : A corte do Império brasileiro denominava Farroupilha e todo e qualquer revoltoso que se levantasse contra o Império era denominado como tal. Sendo que existiam Farroupilhas por todo o território brasileiro, como na Amazônia, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e outras localidades. Logo os Farroupilhas Rio-grandenses atuaram de 20 de Setembro de 1835 á 10 de Setembro de 1836, (momento que surgem os Farrapos). Esse movimento teve por objetivo lutar contra os desmandos da corte, a alta aplicação de impostos na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, tornando o charque Gaúcho mais caro que o charque dos concorrentes platinos, o descaso e abandono do po