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O Fator Metafísico no Paganismo

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por Aleksandr Dugin (1990) Essas tradições que é costume chamar de "pagãs" são caracterizadas não tanto por um politeísmo real, mas por um imanentismo que permeia todos os seus aspectos. Na opinião das religiões monoteístas, a pecaminosidade teológica do "paganismo" é óbvia: ele ignora (seja consciente ou inercialmente) o princípio transcendente e apofático (isto é, formulado em termos negativos), cujo reconhecimento e culto incondicional constitui a condição sine qua non do monoteísmo. Entre as três religiões monoteístas, o judaísmo e o islamismo se agarram a esta linha de forma totalmente consistente, enquanto o cristianismo de sua parte dá passos significativos na outra direção ao afirmar que a figura central de seu culto e dogma é a hipóstase imanente do Divino, Deus, o Filho. Ao mesmo tempo, os cristãos também herdaram a argumentação abraâmica dos outros ramos do monoteísmo contra os "pagãos". No entanto, em nossa opinião, seria errado reduzir tod

Jean Thiriart e a Rússia: O Território Livre da Europa

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  Por Claudio Mutti O ano de 2022 marcará o centenário do nascimento e o 30º aniversário da morte de Jean Thiriart (1922-1992), um “geopolítico militante” de que a revista Eurasia tratou em diversas ocasiões, colocando à disposição do público italiano numerosos artigos publicados por ele em reportagens jornalísticas, que agora são praticamente impossíveis de se encontrar. Defensor implacável e incansável da necessidade histórica – numa Europa dividida entre o bloco atlântico e o bloco euro-soviético – de “construir uma grande pátria: uma Europa unitária, poderosa e comunitária”, Thiriart afirmou em 1964 as dimensões geográficas e demográficas: “No quadro de uma geopolítica e civilização comuns (…) uma Europa unitária e comunitária se estende de Brest a Bucareste. (…) Diante dos 414 milhões de europeus, há 180 milhões de habitantes nos Estados Unidos e 210 milhões de habitantes na União Soviética.” Concebido como uma terceira força soberana e armada, independente de Washington e Moscou,

Primo de Rivera e Durruti: Um Único Destino Trágico pela Espanha

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Por Amerino Griffini No dia 20 de novembro se recordam dois assassinados da Guerra Civil Espanhola, tendo lutado em lado opostos, o falangista José Antonio Primo de Rivera e o anarquista Buenaventura Durruti. Para os cérebros superficiais, posições irreconciliáveis, mas a história é sempre mais complexa e a realidade é que a distância ideológica entre falangistas e anarquistas espanhóis não era tão grande como se pensa hoje em dia. 20 de novembro de 1939. No terceiro aniversário da execução de José Antonio Primo de Rivera, o corpo do fundador e líder da Falange Española inicia uma longa jornada de Alicante até o Escorial em Madri. Levado sobre os ombros dos falangistas em camisas azuis, em um caixão envolto na bandeira vermelha e preta do movimento, ele faz a viagem de 480 km do local de sua execução até a cripta do Mosteiro de El Escorial, o Panteão espanhol. Os falangistas marcham dia e noite, à luz das tochas, tambores e sinos das cidades por onde passa a procissão, em meio a multid

Reconstrucionismo do Politeísmo Celta

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Texto escrito por: Erynn Rowan Laurie, Aedh Rua O'Morrighu, John Machate, Kathryn Price Theatana, Kym Lambert ní Dhoireann, ed. por Erynn Rowan Laurie. Tradução de Lornnah Carmel. Postado por Darona Ní Brighid História A idéia das religiões reconstrucionistas pagãs surgiram pelo menos em meados dos anos 70 e foram discutidas na edição de 1979 do livro de Margot Adler Drawing Down the Moon. Algumas organizações, como a ADF tem realizado um trabalho reconstrucionista há alguns anos, mas seu foco nunca foi pura ou particularmente Celta. Muitas pessoas tem debatido sobre o que constituiria uma espiritualidade e uma religião genuinamente Celta, e como educar as pessoas sobre a diferença entre Wicca e as diversas formas de paganismo Celta.Essas discussões inicialmente aconteciam em publicações pagãs e ao redor do fogo nos encontros pagãos iniciados no começo dos anos 80. Com o avanço da internet, os diálogos online, fóruns e listas de discussão tornaram-se fator critico que encab

O Mundo dos Indo-Europeus

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  por Alain de Benoist Mais de 450 milhões de representantes da espécie Homo Sapiens vivem na Europa. Herdeiros de uma mesma cultura, eles também têm uma origem comum. Seus ancestrais são indo-europeus. O termo “indo-europeu” pertence estritamente ao campo da linguística, e secundariamente à etnologia. Começou a ser usado no final do século XIX, na época em que foram publicados os trabalhos de Franz Bopp, Alexander von Humboldt e Jacob Grimm sobre o estudo comparativo dos principais sistemas linguísticos falados na Europa (exceto o lapão, o finlandês, o húngaro e o basco). A partir de uma correlação de formas, esse método comparativo deduziu (através de uma série de operações semelhantes ao cálculo das proporções aritméticas) uma linhagem que implicava na necessidade lógica de uma origem comum. Em outras palavras, as atuais “línguas-filhas” europeias têm uma mesma “língua-mãe”: o indo-europeu. Foi uma descoberta essencial, que liga o passado mais remoto com o coração do presente im

Mussolini e Perón: Nossa Revolução

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Por Juan Pablo Vitali Existem pessoas que sabem manter e respeitar o espírito revolucionário. Existem pessoas que não precisam se apegar às ideias ou à identidade dos outros e sabem como se manter fiéis a si mesmas até o fim. Os italianos e os argentinos agora são muito parecidos, mas em outras épocas éramos praticamente os mesmos. A esquerda e a direita tentam provar que o peronismo nada tinha a ver com o fascismo, mas isso porque fizeram do peronismo um grande negócio de criminosos de esquerda e de direita. Tanto Mussolini como Perón proporcionaram a seus povos inesquecíveis períodos de justiça. Se alguém vê as filmagens da época e conhece um pouco da história, é muito difícil dizer que não tiveram nada a ver com isso. Dizer isso é politicamente incorreto: todo mundo está chateado, mas todo mundo sabe que é a verdade. Também sabemos que os dois líderes acabaram em total solidão, traídos por aqueles que os lisonjeavam e usufruíam do regime. Apenas uma parte do povo permane

A Linguística dos Indo-Europeus e Semitas

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Dispersões Linguisticas  As línguas do mundo moderno estão divididas em várias famílias, incluindo as indo-européias, que vão do sânscrito e persa, em um extremo, ao grego, latim, francês, alemão e inglês, no outro. A palavra "pai" ("pater" em latim, "pitar" em sânscrito), por exemplo, é pronunciada de maneira semelhante nas línguas do grupo. As mais antigas formas escritas do indo-europeu são textos do 2º milênio, da Grécia, em micênico Linear B, e da Turquia asiática (Anatólia), escritos por povos como os hititas e luvitas. Há ainda referências esparsar em textos contemporâneos da Mesopotâmia sobre a tribo Mitani, que contém nomes pessoais do indo-europeu. Pensava-se que as línguas indo-européias haviam se difundido pela Europa a partir das estepes, no 3º milênio a.C. . Mas agora acredita-se que os primeiros agricultores da Europa falavam essas línguas. A disseminação da agricultura na Europa tomou dois caminhos. A sudeste, nas planícies centrais e n